segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O SUCESSO DE RAUL


 
Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente.

Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.

Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.

Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de “paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino”. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo..

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.
Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.

Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável.... ele entendia de gente. Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.

E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: “Qualquer tolo pode pintar um quadro,
mas só um gênio consegue vendê-lo”.

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.

Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio. Essa era a principal competência dele.

”Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.
Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes”.


- Max Gehringer

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O MILAGRE DO AMOR



 Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.

A gravidez se desenvolveu normalmente. No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração. Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas. Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.

Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal. Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais:

- Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças.

Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros. Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.

- Eu quero cantar pra ela, ele dizia.

A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI.

Entretanto, Karen decidiu: Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital.

A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insitiu:

- Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!

Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha:

- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...

Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando.

- Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora...

Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.

- Continue, querido! Pediu Karen, emocionada.

- Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços... O bebê começou a relaxar.

- Cante mais um pouco, Michael. A enfermeira começou a chorar.

- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...Por favor, não leve o meu sol embora...

No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa. O Woman's Day Magazine chamou essa história de "O milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.

Agora, tente imaginar o que o amor de Deus pode fazer em sua vida. Imaginou?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O QUE SE PLANTA COLHE



Há muito tempo atrás, uma menina chamada Yang se casou e foi viver com o marido e a sogra. Depois de alguns dias, passou a não se entender com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes, e Yang foi se irritando com os hábitos da sogra que freqüentemente a criticava.

Meses se passaram e Yang e sua sogra cada vez discutiam e brigavam mais. De acordo com antiga tradição chinesa a nora tinha que se curvar para a sogra e a obedecer em tudo. Yang já não suportando mais conviver com a sogra, decidiu tomar uma atitude e foi visitar um amigo de seu pai, que a ouviu e, depois, com um pacote de ervas lhe disse:

- Você não poderá usá-las de uma só vez para se libertar de sua sogra porque isso causaria suspeitas. Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando sua sogra. A cada dois dias ponha um pouco destas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, você deve ter muito cuidado e agir de forma muito amigável. Não discuta o que eu digo e ajudarei a resolver seu problema; mas você tem que me escutar e seguir todas as instruções que eu lhe der. Yang respondeu:

- Sim, Sr. Huang, eu farei tudo o que o que o senhor me pedir.

Yang ficou muito contente, agradeceu ao Sr. Huang e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra. Semanas se passaram, e a cada dois dias Yang servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava do que Sr. Huang tinha recomendado sobre evitar suspeitas, e assim ela controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe. Depois de seis meses a casa inteira estava com outro astral.

Yang tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de lidar. As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha.

Um dia Yang foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e disse:

- Querido Sr. Huang, por favor, me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei.

O Sr. Huang sorriu, acenou com a cabeça e disse:

- Yang, não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituído pelo amor que você passou a dar a ela.

Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada". Na grande parte das vezes recebemos das outras pessoas o que damos e elas, então...

LEMBRE-SE SEMPRE:
"O plantio é opcional...
A colheita é obrigatória...
Por isso cuidado com o que planta!!!"

terça-feira, 11 de agosto de 2009

DEPOIS DE ALGUM TEMPO

O tempo é sábio
Depois de algum tempo você aprende a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destrui-la. Que você pode fazer coisas num instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

(W.Shakespeare)
fluctuat nec mergitur

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A FELICIDADE


Ás vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. Às vezes nos falta esperança.

Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar... é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida. Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram... descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez e agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.

Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes... Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra... esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar,
então nada irá lhe restar.

Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas. Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode terum preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho.

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem.

Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 2 de agosto de 2009

JUNTOS RESISTIMOS. SEPARADOS NÓS CAÍMOS!

Antes que o Gilmar Mendes decida também "sacanear" com o Hino Nacional, vamos mostrar a ele que faremos valer a seguinte estrofe: Verás que um filho teu não foge à luta!


Divulgar notícia é um privilégio e uma responsabilidade. Os meios de comunicação definem hoje que tipo de notícia é que deve ser veiculada e qual o tratamento a ser dado. Ao jornalista cabe garantir que o principio ético da notícia seja mantido, que ela não seja distorcida e que chegue ao leitor/ouvinte/telespectador/internauta o mais próximo da verdade e da realidade, se possível mostrando todos os aspectos de como ela vai atingir a todos.


A bem da verdade, o cidadão fica à mercê do interesse dos proprietários de veículos de comunicação sobre o que e de que forma é noticiado. Sem ter a informação integral e no contexto em que os fatos acontecem, ao homem comum aparecem as noticias editadas e, não raramente, de uma forma em que parece estar tudo dentro da ordem, em conformidade com os interesses vigentes e constituídos. Mas apenas parece e a realidade vem à tona apenas quando aparecem os escândalos como se fossem algo mais comum e deixa uma falsa indignação no ar, sendo surpreendido e esquecido por um outro escândalo, deixando de lado os envolvidos no anterior. Usa-se um escândalo para abafar outro.

Em um país em que o hábito da leitura é quase inexistente, interpretar os fatos mediante ao que é apresentado é praticamente impossível. Se é assim quando tem jornalistas graduados, diplomados, imagine então quando não há? Os fatos são distorcidos, claro.

Mais do que vilipendiar uma categoria que sempre prestou serviços inestimáveis à sociedade, mais do que rasgar um documento sonhado por muitos, Gilmar Mendes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da Justiça, rasga também a Constituição Federal. Pior ainda, ele não apenas entra na contramão da história como entra na contramão do progresso. Ele cospe na bandeira nacional, onde lá está escrito Ordem e Progresso. Lembrando que desrespeitar símbolos nacionais é crime.

Em um momento em que todos os setores econômicos buscam a especialização da mão-de-obra, buscam mais qualificação para os seus profissionais, Gilmar Mendes acena com o atraso, o retrocesso, com a volta à Idade Média, mostrando não apenas sua mentalidade tacanha, mas também sua miopia cerebral. Deve estar certamente mais preocupado com a defesa aos assaltantes do erário publico no caso da Operação Satiagraha, quando fez a defesa veemente do banqueiro Daniel Dantas avalizando os pedidos de relaxamento de prisão do mesmo.

Neste episódio já deu pistas de quem ele está defendendo. Também mostra, no caso dos jornalistas, que está ao lado das empresas de comunicação. A população não sabe, mas há uma guerra silenciosa e covarde nos veículos de comunicação. A ética jornalística contra o interesse dos empregadores. Eles são os donos, então quando o jornalista não segue as determinações, é colocado para fora. Mas para fora mesmo, já que receberá a pecha de elemento subversivo e, portanto, terá poucas oportunidades de se recolocar no mercado do que chamamos de grande mídia. Logo será substituído por um capacho de rendez vouz.

Começou com os jornalistas e a última vítima da sanha assassina contra a classe trabalhadora de Gilmar Mendes foram os profissionais de Educação Física. Agora o seu personal trainer, o seu instrutor na academia de ginástica, pode ser qualquer curioso. O que pode lhe causar algum problema sério de saúde. A bola da vez são os músicos.

E se o senhor Gilmar Mendes quiser processar alguém, vale ressaltar que falar a verdade não é falar mal. E também se ele assim o fizer, tanto quanto melhor, porque será uma admissibilidade de culpa dos seus reais interesses e a quem ele está defendendo.

Para quem ainda não observou o episódio pela ótica do eventual desemprego gerado na categoria dos jornalistas, deve atentar para o fim da atividade-fim dos cursos de Comunicação Social pelo país afora, o que gerará mais desemprego, deve atentar para algo ainda mais grave e tenebroso: o desmantelo da sociedade civil organizada, a tentativa de amordaçar as classes no seu fundamento representativo, os sindicatos. Sem resistência organizada, estaremos mais ainda a mercê de grupos com interesses excusos.

E para os colegas jornalistas, vale também salientar que chegamos a este nível devido ao alto grau de desmobilização por um motivo puro e simples: deixamos a fogueira das vaidades reduzir a cinzas o nosso espírito de corpo. Nos fragilizamos quando olhamos mais para os nosso umbigos e deixamos de ser solidários uns aos outros. Juntos resistimos, separados, nós caímos.


Robson Franco
Jornalista ainda nãograduado que acha indispensável
o diploma de Jornalismo para exercer a profissão