segunda-feira, 23 de novembro de 2009

COISAS QUE APRENDI NA VIDA ATÉ AGORA



Aprendi que não importa quanto eu me importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. Aprendi que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprendi que falar pode aliviar dores emocionais.

Aprendi que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. Aprendi que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprendi que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Aprendi que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam.

Aprendi que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa. Aprendi que sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que a vejamos. Aprendi que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Aprendi que não devemos nos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos fazer. Aprendi que não importa onde já cheguei, mas onde estou indo. Aprendi que não importa quão delicado e frágil seja algo, sempre existem dois lados.

Aprendi que leva muito tempo para me tornar a pessoa que eu quero ser. Aprendi que se pode ir mais longe depois de pensar que não se pode mais. Aprendi que ou você controla seus atos ou eles o controlarão.

Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprendi que paciência requer muita prática. Aprendi que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.

Aprendi que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos. Aprendi que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que lhe ajudam a levantar-se.

Aprendi que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha. Aprendi que quando estou com raiva tenho o direito de estar com raiva. Mas isso não me dá o direito de ser cruel. Aprendi que só porque alguém não o ama de jeito que você quer que ele ame, não significa que esse alguém não o ame com tudo que pode.

Aprendi que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprendi que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens ou fora de cogitação. Poucas coisa são mais humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprendi que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido; o mundo não pára para que você o conserte.

(Willian Shakespeare)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AS PESSOAS SÃO UM PRESENTE


Vamos falar de gente, de pessoas. Existe , acaso, algo mais espetacular do que gente? Pessoas são um presente. Algumas vêm em embrulho bonito, como os presentes de natal, páscoa ou festa de aniversario. Outros, vêm em embalagem comum. E há as que ficam machucadas no correio... De vez em quando, chega uma registrada. São os presentes valiosos.

Algumas pessoas trazem invólucros fáceis. De outras é dificílimo, quase impossível tirar a embalagem. É fita durex que não acaba. Mas a embalagem não é presente. E tantas pessoas se enganam, confundindo a embalagem como presente.

Também você amigo, também eu, somos um presente de Deus para os outros. Você para mim. Eu para você. Triste se formos apenas um presente-embalagem: muito bem empacotados e quase sem nada lá dentro!

Quando existe verdadeiro encontro com alguém, no dialogo, na abertura, na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes. Nos verdadeiros encontros de fraternidades, acontecem algumas coisas muito e essencial: mutualmente nós vamos desembrulhando, desempacotando, revelando. No bom sentido é claro.

Você já experimentou essa imensa alegria da vida? A alegria profunda que nasce do recôndito de uma alma, quando duas pessoas se encontram, se comunicam, virando presente uma para outra? Conteúdo interno é o segredo para quem deseja tornar-se presente aos amigos e não apenas embalagem...

A minha embalagem pode não ser tão bonita, mas o conteúdo é um verdadeiro presente...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

HOMENAGEM ÀS PESSOAS QUERIDAS



Hoje é Dia de Finados e é comum as pessoas irem ao cemitério homenagear seus entes queridos. Elas levam coroas de flores, velas e “rezam” pela alma do falecido. Eu acho que essas pessoas acreditam realmente que os mortos, de onde estão, vêem tudo o que acontece aqui.

É comum que um velório seja organizado quando alguém morre. Eu não precisaria descrever, mas todos sabem que num velório o corpo da pessoa fica dentro do caixão para que os amigos, parentes ou conhecidos possam se “despedir”. Existem velórios que viram eventos apoteóticos! Os mais notórios são os das celebridades. O do cantor Michael Jackson foi um mega evento. Ainda lembro da tirada do repórter que estava cobrindo o funeral: “... A família e os amigos mais próximos de Michael Jackson reunidos numa última homenagem ao cantor”.

Mas não são somente os funerais dos famosos que se destacam. Também acontece de anônimos receberem em seu velório uma grande grande produção. Sou adventista e recentemente eu e minha família recebemos a notícia de que uma senhora, muito conhecida da igreja pela sua bondade, havia falecido. Apesar da idade ela ainda continuava ativa com seus trabalhos, dando estudos bíblicos e fazendo visitas missionárias. Ela realmente era muito amada e admirada pelos membros da igreja por seu exemplo e testemunho. Podemos ter certeza que aquela mulher era uma verdadeira cristã. Quando eu e minha mãe chegamos à igreja para o velório, ficamos admiradas com a grandiosidade do evento.

A igreja, naquele dia, não teve seu culto como de costume. Foi dedicada àquela mulher uma programação exclusiva, com músicas, depoimentos e até slides projetados na tela. Os depoimentos eram emocionantes. As pessoas falavam do privilégio que era conviver com aquela senhora, da alegria de tê-la conhecido. A maioria delas tinham recebido seus estudos bíblicos. E as músicas? Emocionantes! Não posso negar que foi um funeral muito bonito. Mas, me digam, pra que isso se a homenageada não estava ali?

A Bíblia é muito clara quanto à situação dos mortos. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram, para sempre não tem eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. Eclesiastes 9:5 e 6

Ou seja, não adianta levar flores, velas ou “rezar” pela pessoa. Depois de morta ela não toma conhecimento de mais nada. Não adiantam homenagens porque ela não tem consciência do que está  acontecendo. Não adianta “rezar” pela alma do falecido porque depois da morte não tem como ele se tornar uma pessoa melhor. Essa pessoa não existe mais, não tem como tomar nenhuma decisão para salvar sua alma. Se durante a vida a pessoa foi boa ou ruim, seu destino já está selado. Não adiantam mais orações, tudo já foi feito. Sua salvação agora depende unicamente do Criador.

O espírito volta à fonte original, que é Deus (Eclesiastes 12:7). A pessoa também não fica vagando por aí, aparecendo para os outros, dando conselhos, como alguns acreditam. Não existe a história “onde estiver ele está vendo tudo”, porque morto não vê nada, não sabe de nada. É como se a pessoa estivesse num sono profundo no qual só vai ser despertada no Juizo. “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Eclesiastes 9:10

Portanto, meu amigo, se você quer fazer algum bem, se você tem algum projeto de vida, se você pretende ajudar alguém, que seja agora! Depois da morte nada mais adianta.

Loriza Kettle

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

OLHOS AZUIS



As coisas são assim mesmo, às vezes, ou melhor, muitas vezes não entendemos a principio, mas um certo dia iremos entender tudo o que acontece conosco de forma clara e certamente compreendê-las.

Emy era uma linda menina de três aninhos de idade. Ela morava em algum lugar dos EUA, em frente ao mar. Sua família era cristã. Eles iam todos os domingos à igreja e faziam culto doméstico... Emy era muito feliz! Ela amava sua família e admirava os olhos azuis de seu pai, sua mãe e seus irmãos. Todos na casa de Emy tinham olhos azuis. Todos...MENOS Emy!!!

O sonho de Emy era ter olhos azuis como o mar... Ah! como Emy desejava isso!!!! Um dia, na escola dominical, ouviu a "tia" dizer: "DEUS RESPONDE A TODAS AS ORAÇÕES!"

Emy passou o dia todo pensando nisso... A noite, na hora de dormir, ajoelhou ao lado da sua cama e orou:

- Papai do Céu, muito obrigada porque você criou o mar que é tão bonito! Muito obrigada pela minha família. Muito obrigada pela minha vida! Gosto muito de todas as coisas que você fez e faz! Mas... gostaria de pedir... por favor... quando eu acordar amanha, quero ter olhos azuis como os da mamãe! Em nome de Jesus, amém.

Ela teve fé. A fé pura e verdadeira de uma criança. E, ao acordar, no dia seguinte, correu para o espelho. Olhou... e qual era a cor de seus olhos?... CONTINUAVAM CASTANHOS!! Por que Deus não ouviu Emy? Por que não atendeu ao seu pedido? Isso teria fortalecido sua fé?

Bem... naquele dia, Emy aprendeu que NÃO também era resposta! A menininha agradeceu a Deus do mesmo modo... mas... não entendia... só confiava.

Anos depois, Emy foi ser missionária na Índia. Ela "comprava crianças para Deus" (as crianças eram vendidas por suas famílias - que passavam fome - para serem sacrificadas no templo, e Emy as "comprava" para libertá-las desse sacrifício).

Mas, para poder entrar nos "templos" da Índia, sem ser reconhecida como estrangeira, precisou se disfarçar de indiana: passou pó de café na pele, cobriu os cabelos, vestiu-se como as mulheres do local e entrava livremente nos locais de venda de crianças.

Emy podia caminhar tranqüila em todo "mercado infantil", pois aparentava ser uma indiana. Um dia, uma amiga missionária olhou para ela disfarçada e disse:

- Puxa, Emy! Você já pensou como você faria para se disfarçar se tivesse olhos claros como os de todos da sua família?

Que Deus inteligente nós servimos... Ele lhe deu olhos bem escuros, pois sabia que isso seria essencial para a missão que lhe confiaria depois!!! Essa amiga não sabia o quanto Emy havia chorado na infância por não ter olhos azuis... Mas Emy pôde, enfim, entender o porquê daquele não de Deus há tantos anos!

Bem... o que eu queria dizer com essa longa e bonita história? Apenas dizer que DEUS ESTA NO CONTROLE DE TUDO!!! Ele conhece cada lágrima que já rolou do canto dos seus olhos...

Ele sabe que, talvez, você quisesse "olhos de outra cor"... Ele ouve, sim, TODAS as orações... Mas Ele as responde de modo sábio. Não precisa chorar se seus olhos continuam castanhos... ou se você ainda não foi atendida(o) como gostaria. DEUS TEM O CONTROLE DE TUDO!!!

Tenha sempre esta certeza no seu coração!!

Autor Desconhecido

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CAFÉ DA MANHÃ



Sou mãe de três crianças (14, 12 e 3 anos) e recentemente terminei a minha faculdade. A última aula que assisti foi de sociologia...

O professor dava as aulas de uma maneira inspiradora, de uma maneira que eu gostaria que todos os seres humanos também pudessem ser. O último projeto do curso era simplesmente chamado "Sorrir"... A classe foi orientada a sair e sorrir para três estranhos e documentar suas reações...

Sou uma pessoa bastante amigável e normalmente sorrio para todos e digo oi de qualquer forma. Então, achei que isto seria muito tranquilo para mim...

Após o trabalho ser passado para nós, fui com meu marido e o mais novo de meus filhos numa manhã fria de Março ao McDonald's. Foi apenas uma maneira de passarmos um tempo agradável com o nosso filho...

Estávamos esperando na fila para sermos atendidos, quando de repente todos a nosso redor começaram a ir para trás, e então o meu marido também fez o mesmo... Não me movi um centímetro... Um sentimento arrebatador de pânico tomou conta de mim, e me virei para ver a razão pela qual todos se afastaram...

Quando me virei, senti um cheiro muito forte de uma pessoa que não toma banho há muitos dias, e lá estava na fila dois pobres sem-teto. Quando eu olhei ao pobre coitado, próximo a mim, ele estava "sorrindo"... Seus olhos azuis estavam cheios da Luz de Deus, pois ele estava buscando apenas aceitação...

Ele disse, Bom dia!, enquanto contava as poucas moedas que ele tinha amealhado... O segundo homem tremia suas mãos, e ficou atrás de seu amigo... Eu percebi que o segundo homem tinha problemas mentais e o senhor de olhos azuis era sua salvação..

Eu segurei minhas lágrimas, enquanto estava lá, parada, olhando para os dois... A jovem mulher no balcão perguntou-os o que eles queriam...

Ele disse, "Café já está bom, por favor...", pois era tudo o que eles podiam comprar com as poucas moedas que possuiam... (Se eles quisessem apenas se sentar no restaurante para se esquentar naquela fria manhã de março, deveriam comprar algo. Ele apenas queria se esquentar)...

Então eu realmente sucumbi àquele momento, quase abraçando o pequeno senhor de olhos azuis... Foi aí que notei que todos os olhos no restaurante estavam sobre mim, julgando cada pequena ação minha... Eu sorri e pedi à moça no balcão que me desse mais duas refeições de café da manhã em uma bandeja separada...

Então, olhei em volta e vi a mesa em que os dois homens se sentaram para descansar... Coloquei a bandeja na mesa e coloquei minha mão sobre a mão do senhor de olhos azuis... Ele olhou para mim, com lágrimas nos olhos e me disse, "Obrigado!!"

Eu me inclinei, acariciei sua mão e disse "Não fui eu quem fiz isto por você, Deus está aqui trabalhando através de mim para dar a você esperança!!"

Comecei a chorar enquanto me afastava deles para sentar com meu marido e meu filho... Quando eu me sentei, meu marido sorriu para mim e me disse, "Esta é a razão pela qual Deus me deu você, querida, para que eu pudesse ter esperança!!"...

Seguramos nossas mãos por um momento, e sabíamos que pudemos dar aos outros hoje algo pois Deus nos tem dado muito..... Nós não vamos muito à Igreja, o que não deveríamos fazer, porém acreditamos em Deus... Aquele dia, me foi mostrada a Luz do Doce Amor de Deus...

Retornei à aula na faculdade, na última noite de aula, com esta história em minhas mãos. Eu entreguei "meu projeto" ao professor e ele o leu... E então, ele me perguntou: "Posso dividir isto com a classe?" Eu consenti enquanto ele chamava a atenção da classe para o assunto...

Ele começou a ler o projeto para a classe e aí percebi que como seres humanos e como partes de Deus nós dividimos esta necessidade de curarmos pessoas e de sermos curados...

Do meu jeito, eu consegui tocar algumas pessoas no McDonald's, meu filho e o professor, e cada alma que dividia a classe comigo na última noite que passei como estudante universitária...

Eu me graduei com uma das maiores lições que certamente aprenderei, aceitação incondicional.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O NADADOR

Conta-se que um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele
comportamento, lhe perguntou qual a razão daquele hábito.

O nadador sorriu e respondeu:

- Há alguns anos eu era um professor de natação. Eu ensinava nadar e a saltar do trampolim. Certa noite, eu não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco.

Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube. Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente.

Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz.

Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem. Nesse momento não sei por quê pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado.

Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido para nos salvar pelo seu precioso sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram à mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus. Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos.

Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina. Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido.

Tremi todo, e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado seria meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.

Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar.

Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou à piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água.

Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar ou retardar as coisas, pois tudo acontecerá no seu devido tempo...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O CASAMENTO


Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio. O mestre disse que respeitava sua opinião mas lhes contou a seguinte história:

"Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete.

Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados. Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:

- Meus filhos, foram 55 bons anos... Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.

Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:

- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos erros...

Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim...

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: - Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa. Este foi um bom dia".

E, por fim, o professor concluiu:

"Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas. Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar. Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.

O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada. Quem ama, verdadeiramente, prefere sofrer a causar sofrimento. Prefere renunciar à própria felicidade para promover a felicidade de quem ama.

Alguns dirão que quem age assim não tem amor próprio, mas amor próprio, não quer dizer individualismo. O que geralmente acontece com o individualista, em caso de separação pela morte, é debruçar-se sobre o caixão e perguntar: 'o que será de mim?'.
Já aquele que ama e se preocupa com o ser amado, perguntará: 'O que será dele? Ou, o que será dela?' Isso demonstra que seu amor é grande o suficiente para pensar mais no outro do que em si mesmo.

Quantas histórias de amor tiveram um final melancólico porque não houve a compreensão sobre o fato de que o amor está acima do romantismo, do sexo, do erotismo. É muito mais gratificante um caminhar de mãos dadas, um ficar de mão dadas, do que simplesmente procurar satisfazer desejos imediatistas".

E você, está aproveitando o seu relacionamento para construir um verdadeiro amor? Espero que todos tirem um grande proveito desta história.

- Autor desconhecido

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"APENAS PASSE ADIANTE"


Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado. Isso aconteceu há cinco anos, mas lembro-me como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada.

Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho. Minha mulher e eu, concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada. Sem alternativa, decidi voltar á pé até a vila mais próxima e procurar ajuda.

Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar do posto, lembrei que era domingo e é claro, o lugar estava fechado.

Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos. Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30 km dali.

- Não tem problema, disse a pessoa do outro lado da linha, normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora. Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria.

Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento. Quando saí do caminhão, observei com espanto o Zé descer com aparelhos a perna e a ajuda de muletas para se locomover. Santo Deus ! Ele era paraplégico!!

Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda. É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, disse-me ele. O homem era impressionante, enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.

Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.

- Oh! nada - respondeu, para minha surpresa.

- Tenho que lhe pagar alguma coisa - insisti.

- Não - reiterou ele. Há muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu, simplesmente me disse: "Quando tiver uma oportunidade, 'passe isso adiante'". Eis minha chance.... Você não me deve nada! Apenas lembre-se, quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo...

"Somos todos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar vôo”.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

AMIGOS DE VERDADE



Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família.

E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?

Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.

Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.

As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor - tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente.

Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?

Acho que é amor.

Oh, céus! Santa pieguice, Batman! Amor? Esta lenga-lenga de novo?

Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se atire no seu sofá e chore todas as dores dele sem que você se incomode nem um pingo com isso.

Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro.

Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha.

E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.

A maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção

Martha Medeiros

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O SUCESSO DE RAUL


 
Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente.

Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.

Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.

Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de “paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino”. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo..

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.
Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.

Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável.... ele entendia de gente. Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.

E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: “Qualquer tolo pode pintar um quadro,
mas só um gênio consegue vendê-lo”.

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.

Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio. Essa era a principal competência dele.

”Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.
Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes”.


- Max Gehringer

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O MILAGRE DO AMOR



 Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.

A gravidez se desenvolveu normalmente. No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração. Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas. Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.

Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal. Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais:

- Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças.

Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros. Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.

- Eu quero cantar pra ela, ele dizia.

A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI.

Entretanto, Karen decidiu: Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital.

A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insitiu:

- Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!

Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha:

- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...

Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando.

- Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora...

Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.

- Continue, querido! Pediu Karen, emocionada.

- Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços... O bebê começou a relaxar.

- Cante mais um pouco, Michael. A enfermeira começou a chorar.

- Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...Por favor, não leve o meu sol embora...

No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa. O Woman's Day Magazine chamou essa história de "O milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.

Agora, tente imaginar o que o amor de Deus pode fazer em sua vida. Imaginou?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O QUE SE PLANTA COLHE



Há muito tempo atrás, uma menina chamada Yang se casou e foi viver com o marido e a sogra. Depois de alguns dias, passou a não se entender com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes, e Yang foi se irritando com os hábitos da sogra que freqüentemente a criticava.

Meses se passaram e Yang e sua sogra cada vez discutiam e brigavam mais. De acordo com antiga tradição chinesa a nora tinha que se curvar para a sogra e a obedecer em tudo. Yang já não suportando mais conviver com a sogra, decidiu tomar uma atitude e foi visitar um amigo de seu pai, que a ouviu e, depois, com um pacote de ervas lhe disse:

- Você não poderá usá-las de uma só vez para se libertar de sua sogra porque isso causaria suspeitas. Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando sua sogra. A cada dois dias ponha um pouco destas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, você deve ter muito cuidado e agir de forma muito amigável. Não discuta o que eu digo e ajudarei a resolver seu problema; mas você tem que me escutar e seguir todas as instruções que eu lhe der. Yang respondeu:

- Sim, Sr. Huang, eu farei tudo o que o que o senhor me pedir.

Yang ficou muito contente, agradeceu ao Sr. Huang e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra. Semanas se passaram, e a cada dois dias Yang servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava do que Sr. Huang tinha recomendado sobre evitar suspeitas, e assim ela controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe. Depois de seis meses a casa inteira estava com outro astral.

Yang tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de lidar. As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha.

Um dia Yang foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e disse:

- Querido Sr. Huang, por favor, me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei.

O Sr. Huang sorriu, acenou com a cabeça e disse:

- Yang, não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituído pelo amor que você passou a dar a ela.

Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada". Na grande parte das vezes recebemos das outras pessoas o que damos e elas, então...

LEMBRE-SE SEMPRE:
"O plantio é opcional...
A colheita é obrigatória...
Por isso cuidado com o que planta!!!"

terça-feira, 11 de agosto de 2009

DEPOIS DE ALGUM TEMPO

O tempo é sábio
Depois de algum tempo você aprende a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destrui-la. Que você pode fazer coisas num instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

(W.Shakespeare)
fluctuat nec mergitur

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A FELICIDADE


Ás vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. Às vezes nos falta esperança.

Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar... é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida. Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram... descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez e agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.

Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes... Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra... esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar,
então nada irá lhe restar.

Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas. Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode terum preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho.

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem.

Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 2 de agosto de 2009

JUNTOS RESISTIMOS. SEPARADOS NÓS CAÍMOS!

Antes que o Gilmar Mendes decida também "sacanear" com o Hino Nacional, vamos mostrar a ele que faremos valer a seguinte estrofe: Verás que um filho teu não foge à luta!


Divulgar notícia é um privilégio e uma responsabilidade. Os meios de comunicação definem hoje que tipo de notícia é que deve ser veiculada e qual o tratamento a ser dado. Ao jornalista cabe garantir que o principio ético da notícia seja mantido, que ela não seja distorcida e que chegue ao leitor/ouvinte/telespectador/internauta o mais próximo da verdade e da realidade, se possível mostrando todos os aspectos de como ela vai atingir a todos.


A bem da verdade, o cidadão fica à mercê do interesse dos proprietários de veículos de comunicação sobre o que e de que forma é noticiado. Sem ter a informação integral e no contexto em que os fatos acontecem, ao homem comum aparecem as noticias editadas e, não raramente, de uma forma em que parece estar tudo dentro da ordem, em conformidade com os interesses vigentes e constituídos. Mas apenas parece e a realidade vem à tona apenas quando aparecem os escândalos como se fossem algo mais comum e deixa uma falsa indignação no ar, sendo surpreendido e esquecido por um outro escândalo, deixando de lado os envolvidos no anterior. Usa-se um escândalo para abafar outro.

Em um país em que o hábito da leitura é quase inexistente, interpretar os fatos mediante ao que é apresentado é praticamente impossível. Se é assim quando tem jornalistas graduados, diplomados, imagine então quando não há? Os fatos são distorcidos, claro.

Mais do que vilipendiar uma categoria que sempre prestou serviços inestimáveis à sociedade, mais do que rasgar um documento sonhado por muitos, Gilmar Mendes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da Justiça, rasga também a Constituição Federal. Pior ainda, ele não apenas entra na contramão da história como entra na contramão do progresso. Ele cospe na bandeira nacional, onde lá está escrito Ordem e Progresso. Lembrando que desrespeitar símbolos nacionais é crime.

Em um momento em que todos os setores econômicos buscam a especialização da mão-de-obra, buscam mais qualificação para os seus profissionais, Gilmar Mendes acena com o atraso, o retrocesso, com a volta à Idade Média, mostrando não apenas sua mentalidade tacanha, mas também sua miopia cerebral. Deve estar certamente mais preocupado com a defesa aos assaltantes do erário publico no caso da Operação Satiagraha, quando fez a defesa veemente do banqueiro Daniel Dantas avalizando os pedidos de relaxamento de prisão do mesmo.

Neste episódio já deu pistas de quem ele está defendendo. Também mostra, no caso dos jornalistas, que está ao lado das empresas de comunicação. A população não sabe, mas há uma guerra silenciosa e covarde nos veículos de comunicação. A ética jornalística contra o interesse dos empregadores. Eles são os donos, então quando o jornalista não segue as determinações, é colocado para fora. Mas para fora mesmo, já que receberá a pecha de elemento subversivo e, portanto, terá poucas oportunidades de se recolocar no mercado do que chamamos de grande mídia. Logo será substituído por um capacho de rendez vouz.

Começou com os jornalistas e a última vítima da sanha assassina contra a classe trabalhadora de Gilmar Mendes foram os profissionais de Educação Física. Agora o seu personal trainer, o seu instrutor na academia de ginástica, pode ser qualquer curioso. O que pode lhe causar algum problema sério de saúde. A bola da vez são os músicos.

E se o senhor Gilmar Mendes quiser processar alguém, vale ressaltar que falar a verdade não é falar mal. E também se ele assim o fizer, tanto quanto melhor, porque será uma admissibilidade de culpa dos seus reais interesses e a quem ele está defendendo.

Para quem ainda não observou o episódio pela ótica do eventual desemprego gerado na categoria dos jornalistas, deve atentar para o fim da atividade-fim dos cursos de Comunicação Social pelo país afora, o que gerará mais desemprego, deve atentar para algo ainda mais grave e tenebroso: o desmantelo da sociedade civil organizada, a tentativa de amordaçar as classes no seu fundamento representativo, os sindicatos. Sem resistência organizada, estaremos mais ainda a mercê de grupos com interesses excusos.

E para os colegas jornalistas, vale também salientar que chegamos a este nível devido ao alto grau de desmobilização por um motivo puro e simples: deixamos a fogueira das vaidades reduzir a cinzas o nosso espírito de corpo. Nos fragilizamos quando olhamos mais para os nosso umbigos e deixamos de ser solidários uns aos outros. Juntos resistimos, separados, nós caímos.


Robson Franco
Jornalista ainda nãograduado que acha indispensável
o diploma de Jornalismo para exercer a profissão

domingo, 26 de julho de 2009

JOÃO 3:16

Na cidade de São Paulo, numa noite fria e escura de inverno, próximo a uma esquina por onde passavam várias pessoas, um garotinho vendia balas a fim de conseguir alguns trocados.

Mas o frio estava intenso e as pessoas já não paravam mais quando ele as chamava. Sem conseguir vender mais nenhuma bala, ele sentou na escada em frente a uma loja e ficou observando o movimento das pessoas.

Sem que ele percebesse, um policial se aproximou.

- Está perdido, filho?

O garoto maneou a cabeça.

- Só estou pensando onde vou passar a noite e... normalmente durmo em minha caixa de papelão, perto do correio, mas hoje o frio está terrível... O senhor sabe me dizer se há algum lugar onde eu possa passar esta noite?

O policial mirou-o por uns instantes e coçou cabeça, pensativo.

- Se você descer por esta rua - disse ele apontando o polegar na direção de uma rua à esquerda - lá embaixo vai encontrar um casarão branco. Chegando lá, bata na porta e quando atenderem apenas diga "João 3:16".

Assim fez o garoto. Desceu a rua estreita e quando chegou em frente ao casarão branco, subiu os degraus da escada e bateu na porta. Quem atendeu foi uma mulher idosa, de feição bondosa.

- João 3:16. - disse ele, sem entender direito.

- Entre, meu filho. - A voz era meiga e agradável.

Assim que ele entrou, foi conduzido por ela até a cozinha onde havia uma cadeira de balanço antiga, bem ao lado de um velho fogão de lenha aceso.

- Sente-se, filho, e espere um instantinho, tá?

O garoto se sentou e, enquanto observava a velha e bondosa mulher se afastar, pensou consigo mesmo: "João 3:16... Eu não entendo o que isso significa, mas sei que aquece a um garoto com frio".

Pouco tempo depois a mulher voltou.

- Você está com fome? - perguntou ela.

- Estou um pouquinho, sim... há dois dias não como nada e meu estômago já começa a roncar...

A mulher então o levou até a sala de jantar, onde havia uma mesa repleta de comida. Rapidamente o garoto sentou-se à mesa e começou a comer. Comeu de tudo até não agüentar mais.

Então ele pensou consigo mesmo: "João 3:16... eu não entendo o que isso significa, mas sei que mata a fome de um garoto faminto".

Depois a bondosa senhora o levou ao andar superior, onde se encontrava um quartinho com uma banheira cheia de água quente. O garoto só esperou que a mulher se afastasse e então rapidamente se despiu e tomou um belo banho, como há muito tempo não fazia.

Enquanto esfregava a bucha pelo corpo pensou consigo mesmo: "João 3:16"...Eu não entendo o que isso significa, mas sei que torna limpo um garoto que há muito tempo estava sujo.

Cerca de meia hora depois a velha e bondosa mulher voltou e levou o garoto até um quarto onde havia uma cama de madeira, antiga, mas grande e confortável.

Ela o abraçou, deu-lhe um beijo na testa e, após deitá-lo na cama, desligou a luz e saiu. Ele se virou para o canto e ficou imóvel, observando a garoa que caía do outro lado do vidro da janela. E ali, confortável como nunca, ele pensou consigo mesmo: "João 3:16"... Eu não entendo o que isso significa, mas sei que dá repouso a um garoto cansado".

No outro dia, de manhã, a bondosa senhora preparou uma bela e farta mesa e o convidou para o café da manhã. Quando o garoto terminou de comer, ela o levou até a cadeira de balanço, próximo ao fogão de lenha. Depois seguiu até uma prateleira e apanhou um livro grande, de capa escura..

Era uma Bíblia. Ela voltou, sentou-se numa outra cadeira, próximo ao garoto e olhou dentro dos olhos dele, de maneira doce e amigável.

- Você entende João 3:16, filho?

- Não, senhora... eu não entendo... A primeira vez que ouvi isso foi ontem à noite... um policial que falou...

Ela concordou com a cabeça, abriu a Bíblia em João 3:16 começou a explicar sobre Jesus. E ali, aquecido junto ao velho fogão de lenha, o garoto entregou o coração e a vida a Jesus.

E enquanto lágrimas de felicidade deixavam seus olhos e rolavam face abaixo, ele pensou consigo mesmo: "João 3:16"... ainda não entendo muito bem o que isso significa, mas agora sei que isso faz um garoto perdido se sentir realmente seguro".

Eu não entendo esse imenso amor que Jesus teve por nós, a ponto de ser crucificado na cruz. Eu não entendo muito bem, mas estou certa que isso faz a vida valer a pena!!!

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).

domingo, 19 de julho de 2009

HARMONIA NAS DIFERENÇAS

Você já pensou que o nosso grande problema nas relações pessoais é que desejamos que os outros sejam iguais a nós?


Em se falando de amigos desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer. No âmbito familiar, prezaríamos que todos os componentes da família fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós. No ambiente de trabalho reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se servem. Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegam os às raias da infelicidade, por essas questões.

E isso me recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias. Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta. Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava olhando para as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho. Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo, todo o piquenique programado.

Um dia de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão em uma menina, e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho. Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com a manteiga para baixo. Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito. Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas.

Um dia eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore. Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou linda, mesmo com as trapalhadas de Pedro. Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida. Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro.

Depois Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas. Juntos rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a fazê-los voar para muito longe. Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre. Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças. Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe o outro ensina. Aquilo que é difícil para um pode ser feito ou ensinado pelo outro.

É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre ascriaturas que o habitam. A sabedoria divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras. Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes. Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os outros e a trocar experiências e valorizar as diferenças.

terça-feira, 23 de junho de 2009

DESABAFO DE UMA JORNALISTA DIPLOMADA

Quando escolhi fazer jornalismo, estava numa aula de história, no antigo 3º colegial, gozando de um passeio à Ilha de Búzios, que integra o arquipélago de Ilhabela, prêmio conquistado por uma redação que escrevi. No entanto, desde que entrei no colégio, já na antiga 2ª série, meus professores falavam do meu dom de escrever, de me expressar, de colocar meus pontos de vista, sugeriam que eu fizesse jornalismo.


Leninha Viana é jornalista profissional e diretora de base do
Sindicatodos Jornalistas de São Paulo, Regional Vale do Paraíba, Litoral Mantiqueira


Eu fiz. Não somente porque me sugeriram, mas também por saber dentro de mim que essa era a minha vocação aqui na Terra. Poderia exercer esse dom de várias maneiras, dar minha colaboração como articulista nos jornais locais, opinar sobre esse ou aquele assunto, dar “pitaco” naquela ou nessa situação, exercer a LIBERDADE DE EXPRESSÃO a que todos têm direito assegurado pela Constituição. No entanto, para ser JORNALISTA, eu precisava de uma formação, não bastava apenas sentar na cadeira e expor meus pensamentos num papel, até porque, na faculdade, eu aprendi que o exercício jornalístico é muito mais do que uma atividade literária, é necessário escrever com técnicas. Aprendi que o jornalista deve ser imparcial, contar os fatos, ouvir os dois lados, para que os leitores, ouvintes, telespectadores, tenham acesso à informação de qualidade e formem sua própria opinião diante do fato exposto.

Sim, prestei vestibular, passei na primeira chamada, mesmo contrariando muitas expectativas por ter cursado escolas públicas. Saí de Ilhabela aos 18 anos e fui enfrentar uma “cidade grande” sozinha, fui absorver todo o conhecimento que era capaz e crescer diante da vida. Não poderia ter feito isso sem a ajuda dos meus pais. Com muitas dificuldades eles custearam meus estudos, eu trabalhei durante os quatro anos pra pagar minha estadia. Recorri à bolsa de estudos da Prefeitura para conseguir permanecer nessa jornada, contei com a ajuda de amigos especiais que por diversas ocasiões me ajudaram financeiramente e até mesmo com alimentação quando a grana estava muito curta.

Por quatro anos me instruí para ser uma profissional de qualidade. Minha vocação? Ajudou e muito, principalmente a paixão que tenho pela minha área, pois aliada ao conhecimento que adquiri no curso de Jornalismo, são responsáveis por eu estar atuando na área desde que me formei, pois me tornei uma profissional competente e dedicada.

Assim como eu, existem milhares de outras pessoas com histórias até mais interessantes e difíceis do que a minha, pessoas que cursaram universidades públicas, mas que tiveram custos com livros, roupa, calçado, alimentação e hospedagem, pessoas que viajam diariamente por essas estradas da vida em busca de formação profissional, pessoas que não cursaram universidade porque nasceram bem antes de 1969, quando o curso de Jornalismo foi regulamentado, mas que hoje defendem a formação para o exercício da profissão.

Existem pessoas que tanto quanto eu acreditam que o Jornalismo é uma carreira tão importante como a de um médico, advogado, professor, como qualquer outra, que para ser exercida é necessária uma formação técnica.

Mas tudo isso não teve valor para os senhores ministros do Supremo Tribunal Federal, que com toda empáfia e poder que lhes foram atribuídos suspenderam a exigência do nosso Diploma para o exercício da nossa profissão. Ignoraram 40 anos de história, de lutas, de investimentos, de estudo, de informação de qualidade em função de uma minoria que insiste em atuar no mercado sem ter a qualificação necessária para fazê-lo.

A ridícula decisão do STF só beneficia o grupo patronal, os donos de empresa, que querem mão-de-obra barata. A quem devo recorrer para ressarcir todo o investimento em minha formação já que meu Diploma não vale mais nada?

Toda a formação a que esses ministros se dedicaram para chegar onde estão também foi ignorada com essa decisão esdrúxula, pois se na visão deles, o jornalismo é uma atividade autodidata, todas as profissões também o são, ora, pois na verdade o ser humano é autodidata. Dessa forma, se meu diploma não vale mais nada, vou me dedicar a estudar livros e mais livros de advocacia e exercer o direito por aí. Ou quem sabe medicina? Ou ainda odontologia? Qualquer outra carreira do tipo. Basta acordar com vontade de exercer uma nova profissão e me dedicar a tal.

É assim que deveriam funcionar as coisas a partir de agora. O curso de jornalista não impede que profissionais incompetentes façam coisas que desabonem nossa atuação? No direito, na medicina, na educação, em todas as áreas também existem maus profissionais. A formação profissional é condição mínima para exercer qualquer função especializada e o bom desempenho dependerá do caráter e da personalidade de cada um.

Alguém já perguntou para a sociedade se eles preferem ter acesso a informação através de um profissional qualificado ou de um precário? A situação é inconcebível e a própria sociedade não deveria fechar os olhos para isso. Está mais do que na hora de levantar o “traseiro” da cadeira e exigir informação de qualidade, vinda de profissionais competentes e qualificados para tal.

E aos demais profissionais de outras áreas, atenção, pois o golpe contra os jornalistas profissionais diplomados pode ser apenas o primeiro passo para atingir as demais carreiras. Um profissional precário é muito mais barato e manipulável do que um qualificado e com formação.

Não pensem os senhores ministros que me dou por vencida. Eu e todos os meus colegas diplomados desse país. Apesar de tudo, sabemos que o conhecimento que adquirimos na universidade ninguém tira e isto aliado à nossa vocação e experiência de vida faz e continuará fazendo a diferença entre um bom jornalista e um jornalista precário. Eu creio!

Leninha Viana
Jornalista MTB 43.079/SP